Shifter: “Posição de Bolsonaro complicará relações entre Brasil e EUA”
Francisco Arteaga
Michael Shifter, presidente do Inter-American Dialogue, falou com Valor sobre a omissão do presidente Jair Bolsonaro em criticar a Rússia ou condenar a guerra na Ucrânia. Durante a entrevista cobriram-se temas como a relação bilateral entre Rusia e Brasil, o impacto da China na região e a posição dos governos latinoamericanos respeito ao conflito Ucraniano.
Comentarios de Michael Shifter:
Pergunta (P): Como o sr. vê a escolha do presidente Bolsonaro em não condenar a guerra ou não criticar a decisão de Putin?
Resposta (R): "Ele mantém essa posição por uma série de razões. Ele tem certa identificação com Putin. São figuras parecidas, no sentido de serem nacionalistas e autoritários. Isso os une, e Bolsona- ro admira Putin, como o ex-presidente (Donald) Trump também admirava. Putin tem o mesmo perfil de Trump e Bolsonaro."
P: Como essa posição é vis- ta pelo governo americano?
R: "É vista com enorme preocupação. Conversei com autoridades de alto escalão do governo (Biden), que estão extremamente infelizes. Isso, de alguma maneira, complicará as relações entre Brasil e EUA, que já não estão tão robusta. Irá deteriorar as relações."
P: A posição da China é ambígua. O governo condenou as sanções impostas à Rússia, mas deplorou a guerra. Qual avaliação faz?
R: "Rússia e China são atores completamente separados, com diferentes interesses e motivações. A posição da China reflete o fato de que quer estabilidade na ordem global. Putin e Rússia querem instabilidade. Acredito que Putin seja uma força disruptiva, que está tentando desestabilizar a Europa, e também tenta desestabilizar a Amé- rica Latina, de alguma maneira. A China quer uma situação mais estável, e não quer sanções americanas. Pode parecer contraditório, mas creio que estão des- confortáveis com o que Putin es- tá fazendo, porque há riscos reais de desestabilizar a Europa. E isso não é o que a China busca."
Next year, critical elections in Latin America’s three most populous countries—Colombia, Mexico and Brazil—are likely to reveal a distemper stemming from citizen disgust with a mix of corruption scandals, mediocre economies, unremitting violence and a largely discredited political class. All three presidential contests are wide open and ripe for anti-establishment challengers.
No pueden ignorarse los efectos corrosivos que la presidencia de Trump está teniendo sobre la democracia estadounidense y sus normas de tolerancia y civilidad. La única pregunta es cuánto daño habrá hecho Trump antes de que alguien lo frene, y si será posible repararlo.